terça-feira, 20 de março de 2012

Mais Vida


Tenho 35 anos, uma vida pela frente, um passado bonito, saudoso e um pouco dolorido na bagagem. O que eu sou hoje é resultado de misturas: genética, educação, experiências, aprendizados. Sou complexo, sou confuso, sou sonhador, pensativo e minuncioso. Sempre tive dificuldade de me descrever, de me definir, de falar de mim. Talvez porque qualquer resumo que eu faça me pareça pouco. Tudo que eu disser, tudo que eu escrever não vai me parecer suficiente. Sou muito. E muitas. Ainda sou aquela criança de alguns anos atrás. Aquela que ficava desesperada se os pais saíam de casa, que não dormia enquanto eles não chegavam, sou o mesmo menino amado e paparicado pelo pai, que adorava quando ele chegava com brinquedos, tinha uma coleção de bonecos de super-heróis. Sou o mesmo menino que adorava brincar na rua, o mesmo menino tímido da escola, que tinha pouquíssimos (mas bons) amiguinhos. O mesmo menino que adorava escrever historinhas, que inventava mundinhos só seus e vivia muito feliz neles. O mesmo menino que adorava jogar videogame... e era muito bom nisso. Ainda tenho em mim aquele adolescente. Que sonhava com o amor da vida. Que sempre se apaixonou perdidamente. E sempre acreditou que era pra sempre. Ainda sou o adolescente que adorava conversar com os amigos, ler revistas, falar das meninas(isso ainda adoro, rsrsrs), rir até altas horas da noite. Ainda tenho em mim o adolescente que adorava estudar e que sonhava alto, muito alto. Que queria ser Jogador de futebol e jogar pelo Corinthians, ter Quatro filhos, ganhar 30 mil por mês, ter uma casa na cidade, outra na praia, ter um sítio, a mulher perfeita, ser lindo e atraente. E o homem que sou hoje vive em harmonia com os dois: a criança e o adolescente que fui. Eles não sumiram. Estão todos em mim! Às vezes aparece um, às vezes o outro... Às vezes, todos os três juntos.  Eu disse que era complexo! Não gosto mais de bonecos de super-heróis, ainda gosto de videogame, as histórias que eu gostava de escrever, viraram poesias, poemas e crônicas. Ainda sonho com o amor da vida. Mas não quero mais que ela seja perfeita. Ainda me apaixono perdidamente, mas sei que o pra sempre dura o tempo que tiver que ser. Ainda quero uma casa na cidade, na praia, no sítio. Mas não almejo ganhar 30 mil por mês (quase isso, quem sabe). Não me tornei jogador do Corinthians, mas amo muito a profissão que escolhi. E, veja só: tenho três filhas lindas, falta apenas mais um ou uma, quem vier será bem recebido(a) e amado(a). Sei que tenho muito o que aprender, muito chão pela frente, muita história pra viver, muita gargalhada pra dar, muita lágrima pra chorar. Sei que minhas opiniões vão mudar, sei que terei mais bagagem em mim daqui há alguns anos. Só espero que o melhor de mim continue em mim. Espero que a inocência da infância e da juventude e a maturidade que meus trintas e poucos anos me trouxeram até agora sejam mantidos. E que venham mais delícias, sofrimentos, prazeres, experiências, aprendizados... espero que venha mais vida!   

Um comentário:

  1. E depois ainda fala que tem dificuldade em se descrever... Rsrs
    Imagina ai se nao tivesse hein??
    Enquanto eu lia seu post cheguei a imaginar e idealizar varias das cenas que vc descreveu, Oxe... deu ate inspiraçao de escrever... acho que esses dias te passo mais um post...
    Xeruh...

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